A Conformação


   A fase de conformação do vidro é diferente, conforme o tipo de produto a ser fabricado


    Nesta fase, a massa fundida e viscosa de vidro é transformada em um produto final. Existem inúmeras formas de realizá-la, dependendo do produto e quantidade que se pretende e dos recursos disponíveis. Uma garrafa pode ser feita através de sopro, utilizando-se nada mais que uma cana ou através de sofisticadas máquinas .

Porém, em qualquer um dos casos, o que acontece é o seguinte: à medida em que o vidro fundido vai esfriando, vai ficando cada vez mais viscoso. Existe um intervalo de tempo certo para se conseguir dar a forma ao produto. No início, a massa deve estar mole o suficiente para poder ser conformada, mas não mole em excesso, pois é impossível conformar um líquido, como por exemplo, a água. Se demorar muito, o vidro fica rígido e não dá mais para mudar sua forma. Por outro lado, se a forma é dada muito rapidamente, o vidro ainda vai estar mole depois de pronto e vai fluir ou se "esparramar", como um sorvete que esquentou, perdendo a forma.

Este tempo que o vidro leva para enrijecer depende da velocidade de esfriamento e também da sua análise, ou seja, da formulação da composição que foi levada ao forno para ser fundida. Por exemplo, um vidro que vai ser trabalhado manualmente, por um artista, deve demorar mais para enrijecer e, desta maneira, dar tempo para o artesão realizar todos os detalhes do seu trabalho. Por outro lado, um vidro que vai ser conformado em uma moderna e rápida máquina automática deve enrijecer depressa, para não comprometer o ritmo da fabricação.

A fase de conformação ocorre no mesmo edifício onde se encontra o forno, sendo que o vidro é conduzido ainda fundido até as máquinas através de canais chamados de feeder ou simplesmente canal.

Fabricação de Vidro de Embalagem


 
Quando o vidro já esta pronto para a conformação, ele é conduzido do forno até as máquinas de conformação, chamadas IS, através de canais conhecidos como feeders, o que significa "alimentadores" em inglês.
A finalidade dos feeders, além de conduzir o vidro, do forno até o local onde estão as máquinas, é de condicionar a sua temperatura, aquecendo-o ou esfriando-o, de acordo com a necessidade. No início da conformação, o vidro deve ter uma temperatura que lhe confira uma viscosidade baixa o suficiente para poder ser conformado, mas alta o suficiente para manter a forma adquirida. Peças maiores exigem menor temperatura do que peças menores. 
A extremidade do feeder, chamada de panela, tem um orifício na parte de baixo, por onde sai o vidro. Dentro da panela, há um pino, que sobe e desce continuamente, empurrando o vidro pelo orifício. Ao mesmo tempo em que o vidro é empurrado para fora, formando uma gota, um par de lâminas metálicas, chamadas de tesoura, corta a gota que cai e, através de uma canaleta, é conduzida a um dos moldes da máquina IS, onde será feita a primeira etapa de conformação.

A gota cai dentro do bloco onde, primeiramente, será formado o gargalo. Para garantir que este seja bem completo, faz-se uma compressão com ar por cima. A seguir, ar é soprado por dentro do gargalo, criando o vazio interno da embalagem e formando o "parison" , que é a primeira etapa da conformação.

Em seguida, o bloco se abre, e o parison é transferido para o molde, que dará a forma final do produto. Dentro do molde, o parison permanece por alguns instantes, para que a pele do vidro, que teve contato com o bloco metálico e se esfriou, se reaqueça com o calor vindo do núcleo do vidro. Finalmente, é soprado ar no interior, que vai empurrar o vidro contra o molde, definindo a forma final. O molde então se abre, e a embalagem pronta é extraída e conduzida ao forno de recozimento, onde é esfriada lentamente, até a temperatura ambiente, para aliviar as tensões.

Este processo é chamado de soprado-soprado, pois tanto o parison como o produto final são produzidos por sopro. Existe um outro processo, chamado de prensado-soprado, que é semelhante ao anterior, diferindo apenas pela formação do parison, que é feita por prensagem, através de um pino, e não por sopro. Este processo é mais adequado a potes e peças muito leves, nas quais se deve garantir uma perfeita distribuição do vidro em todas as regiões da parede da embalagem.


Fabricação da Linha Doméstica



 
Os artigos de mesa produzidos pela SAINT-GOBAIN VIDROS S.A. dividem-se em duas grandes famílias:
 
os de vidro sodocálcicos , que são o Duralex e o Colorex (pratos, copos e xícaras nas diversas cores);
e os de vidro borossilicato , que são os produtos Marinex (travessas, jarras, prato de microondas etc.).

A diferença fundamental entre os dois tipos de vidro é que o Marinex é mais resistente a choques térmicos, podendo ser levado ao forno.

O princípio de fabricação é o mesmo para todos: O vidro, depois de elaborado e condicionado termicamente, é cortado em gotas, que têm exatamente a quantidade de vidro necessária para a obtenção da peça final.

As gotas caem em um dos moldes que estão situados em uma mesa giratória. Estes moldes vão dar a forma externa da peça. Uma vez que a gota tenha sido depositada no molde, a mesa gira, e a gota passa para uma posição onde vai ser prensada com um molde, que conforma a parte interna, forçando o vidro a adquirir seu formato final.

Novamente a mesa gira, passando a uma posição onde o vidro é esfriado, até se enrijecer e não mais perder sua forma. Ao mesmo tempo, nova gota é prensada.

Neste ponto, se for uma peça que tem aba, como uma xícara, o molde se abre, pois ele é feito em duas metades, para liberar a peça. No caso de pratos e travessas, o molde é inteiriço.

A partir daí, a peça é retirada do molde por um robô, chamado de take-out, e transferida para um forno chamado de REC, onde a temperatura é homogeneizada, preparando a peça para a têmpera.

Logo após a saída do forno REC, a peça é temperada, através de fortes jatos de ar direcionados a toda superfície.

Os artigos de mesa são os únicos que podem ser temperados imediatamente após a conformação, pois não são submetidos a posterior transformação, como corte ou furação.

A vantagem da têmpera é que o produto fica mecanicamente mais resistente, menos sujeito a lascar durante o uso, e, em caso de quebra, os cacos são menores, reduzindo os riscos de ferimentos. Após a têmpera, o produto já está pronto, devendo apenas ser esfriado, passar pelos controles de qualidade, ser embalado e vendido.

Vidro fotovoltaico

Fabricação

Pequenas lâminas de células fotovoltaicas fabricadas com silício, um material semicondutor, são instaladas em vidros simples, laminados ou duplos e dão origem aos vidros fotovoltaicos. Esses vidros permitem a absorção da radiação solar e convertem a energia em eletricidade. Cada painel de vidro pode abrigar diversas células ligadas entre si. Fios instalados no interior dos perfis de alumínio conduzem a energia elétrica de um painel para outro, sucessivamente, até as baterias de armazenamento.

Benefícios

Permite a absorção da radiação solar e converte energia em eletricidade. Hoje, a sua taxa de conversão de energia, ou seja, a quantidade de energia solar capturada pelos vidros ou painéis fotovoltaicos e efetivamente transformada em energia totaliza 8% a 16%.


Aplicações

Na Europa, onde a escassez de energia elétrica vem se tornando cada vez mais preocupante, os vidros fotovoltaicos estão entre as soluções utilizadas em fachadas e coberturas para ganhos em eficiência energética e altíssimo desempenho ambiental das edificações.

Vidro curvo

Fabricação
O processo de curvatura consiste em colocar o vidro float sobre um molde (matriz) de aço comum ou inoxidável dentro de um carrinho. Em seguida, esse veículo entra embaixo do forno suspenso. Após o encaixe da máquina ao carrinho, o vidro é curvado a uma temperatura média de 650 graus, adquirindo a curvatura definida pelo molde por meio de gravidade. Em seguida, o vidro é resfriado lentamente para evitar tensões internas. O tempo gasto no processo é definido de acordo com a espessura e o raio de curvatura.

Há fornos de curvatura para cada área específica – construção civil, indústria moveleira, automobilística, náutica, máquinas agrícolas, produção de cubas e outras. De fornos mais simples aos mais sofisticados, o objetivo é melhorar o rendimento e variar tamanhos e espessuras do vidro, além de seu raio de curvatura, para definir se a curva será mais aberta ou fechada.
Benefícios

O vidro curvo proporciona aos arquitetos flexibilidade em obras mais arrojadas, oferecendo à arquitetura a elegância das linhas arredondadas. O design diferenciado proposto pelo material agrega estilo e modernidade.
Aplicações
Grande volume do vidro curvo fabricado no Brasil é destinado ao setor automobilístico (pára-brisas). No setor de arquitetura, os vidros podem ser curvados e laminados para acompanharem a fachada dos edifícios ou serem aplicados em guarda-corpos circulares. Podem, também, compor clarabóias e coberturas. Independente da forma a ser fixado, o curvo aplicado em prédios normalmente é laminado, para garantir a segurança. O material também é essencial na composição de peças de mobiliário. No setor de eletrodomésticos (linha branca), o vidro curvo é aplicado em tampas, portas e painéis de fogões, lavadoras e secadoras de roupas, microondas e freezers.